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Pérsia Moderna em Jogo: EUA Propõem Novo Acordo Nuclear ao Irã em Meio a Tensões Crescentes

Pérsia Moderna em Jogo: EUA Propõem Novo Acordo Nuclear ao Irã em Meio a Tensões Crescentes

temp_image_1748833514.46912 Pérsia Moderna em Jogo: EUA Propõem Novo Acordo Nuclear ao Irã em Meio a Tensões Crescentes

Pérsia Moderna em Jogo: EUA Propõem Novo Acordo Nuclear ao Irã em Meio a Tensões Crescentes

As relações entre Estados Unidos e Irã, a nação que historicamente conhecemos como Pérsia, continuam em um ponto crítico, especialmente no que tange ao polêmico programa nuclear iraniano. Neste sábado, a Casa Branca confirmou que Washington enviou uma proposta de acordo nuclear a Teerã, um movimento diplomático que busca desarmar as tensões crescentes na região.

A Proposta Americana: Um Esforço Pela Diplomacia

Segundo informações confirmadas pelo Irã e pelos EUA, a proposta foi entregue ao Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, por seu homólogo de Omã, Badr Albusaidi, durante uma breve visita a Teerã. Omã tem atuado como mediador nessas delicadas negociações que se arrastam desde abril.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, enfatizou a posição americana, afirmando que é do “melhor interesse” de Teerã aceitar o acordo. Ela reiterou a postura firme do ex-presidente Trump: “O Presidente Trump deixou claro que o Irã nunca pode obter uma bomba nuclear”. Leavitt detalhou que uma proposta “detalhada e aceitável” foi enviada através do enviado especial do Presidente Trump, Steve Witkoff.

A Resposta Iraniana e a Incógnita dos Detalhes

Em resposta, Abbas Araghchi se manifestou na plataforma X (anteriormente Twitter), indicando que a proposta americana “será respondida apropriadamente em linha com os princípios, interesses nacionais e direitos do povo do Irã”. Os detalhes precisos do acordo proposto ainda não foram tornados públicos, mantendo um véu de mistério sobre o futuro das negociações.

O Alerta da IAEA: Enriquecimento Acelerado

A urgência de um acordo é sublinhada por um relatório recente da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). Visto pela BBC, o relatório aponta que o Irã intensificou significativamente sua produção de urânio enriquecido.

O relatório revela que o Irã possui agora mais de 400 kg de urânio enriquecido a 60% de pureza. Este nível é alarmantemente próximo dos 90% necessários para armas nucleares e muito acima da pureza suficiente para fins civis (como energia ou pesquisa).

Este volume, se refinado ainda mais, seria suficiente para aproximadamente 10 armas nucleares. O fato coloca o Irã como o único estado não-nuclear a produzir urânio neste nível de pureza, de acordo com a IAEA. Saiba mais sobre o trabalho da IAEA.

O relatório da IAEA pavimenta o caminho para que potências como EUA, Reino Unido, França e Alemanha pressionem o Conselho de Governadores da Agência a declarar o Irã em violação de suas obrigações de não proliferação.

A Posição Iraniana: Programa Pacífico ou Jogos Políticos?

O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos. A mídia estatal iraniana descreveu o relatório da IAEA como “politicamente motivado” e contendo “acusações sem base”. Teerã também ameaçou “implementar medidas apropriadas” em resposta a qualquer ação movida contra o país na reunião de governadores da IAEA.

Contexto Histórico: O Fim do JCPOA e a Pressão Máxima

A busca americana por limitar a capacidade nuclear iraniana não é novidade. As atuais negociações mediados por Omã vêm após a decisão do Presidente Trump de retirar os EUA do acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA – Joint Comprehensive Plan of Action).

O JCPOA foi assinado entre o Irã e seis potências mundiais (EUA, China, França, Rússia, Alemanha e Reino Unido) e visava restringir e monitorar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções impostas em 2010.

Trump retirou os EUA do acordo em 2018, classificando-o como um “péssimo negócio” por considerá-lo não permanente e por não abordar outras questões, como o programa de mísseis balísticos do Irã. Ele reimpôs sanções americanas como parte de uma campanha de “pressão máxima” para forçar o Irã a negociar um acordo novo e mais amplo.

Desde a retirada dos EUA, Teerã tem gradualmente ultrapassado os limites estabelecidos pelo acordo de 2015, tornando mais complexo o cenário para o desenvolvimento de uma bomba atômica. Entenda o papel da ONU e o contexto do acordo nuclear com o Irã.

O Impasse Atual e as Implicações Futuras

Apesar das negociações em curso, o relatório da IAEA não oferece sinais de que o Irã tenha diminuído seus esforços de enriquecimento. Pelo contrário, a agência constatou que o Irã tem produzido urânio altamente enriquecido a uma taxa equivalente a aproximadamente uma arma nuclear por mês nos últimos três meses.

Oficiais americanos estimam que, caso o Irã decida construir uma arma, ele poderia produzir material de grau bélico em menos de duas semanas e potencialmente montar uma bomba em poucos meses.

Apesar das negativas persistentes do Irã sobre a busca por armas nucleares, a IAEA não consegue confirmar se essa é a realidade atual, pois o Irã tem negado acesso a inspetores sênior e não respondeu a perguntas de longa data sobre seu histórico nuclear.

O envio da proposta americana marca um novo capítulo nessa complexa saga diplomática, onde a Pérsia moderna e os Estados Unidos jogam uma partida de alto risco com implicações globais.

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