Plano Secreto: EUA Tentaram Convencer Piloto a Entregar Nicolás Maduro por US$ 50 Milhões

Em um roteiro digno de filme de espionagem e alta diplomacia, os Estados Unidos orquestraram uma operação secreta e audaciosa com um objetivo claro: a captura de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. A trama envolvia um agente federal americano e o piloto pessoal de Maduro, com uma oferta que prometia transformar o aviador em um homem “muito rico” e um herói nacional.

Revelada por uma investigação exclusiva da Associated Press, a história detalha como um agente tentou persuadir o comandante da aeronave presidencial venezuelana a desviar o voo de Maduro para um local onde ele pudesse ser prontamente detido pelas autoridades americanas.

A Origem de Uma Trama Audaciosa

A intrincada operação começou a ganhar forma em abril de 2024. Um informante anônimo procurou a embaixada dos EUA na República Dominicana, trazendo informações valiosas sobre aeronaves utilizadas por Nicolás Maduro. Mesmo com a embaixada aparentemente fechada, o agente americano Edwin Lopez, intrigado com a dica, decidiu investigar. As informações apontavam para dois aviões presidenciais venezuelanos em solo dominicano, passando por reparos custosos.

Lopez rapidamente percebeu o potencial: qualquer manutenção envolvendo peças americanas poderia configurar uma violação das rigorosas sanções impostas pelos EUA à Venezuela. Localizar as aeronaves no Aeroporto Executivo La Isabela, em Santo Domingo, foi o primeiro passo. Mas rastreá-las até o presidente exigiria meses de investigação. Foi então que uma ideia mais ousada surgiu: e se o piloto pudesse ser cooptado para facilitar a captura de Maduro?

O Alvo Principal: General Bitner Villegas

Com autorização para interrogar os pilotos, Lopez iniciou uma série de conversas. O agente agiu com cautela, evitando inicialmente revelar seu conhecimento sobre o envolvimento dos aviadores com Nicolás Maduro. O verdadeiro alvo, porém, era o general venezuelano Bitner Villegas, membro da guarda de honra presidencial de elite e coronel da Força Aérea Venezuelana, conhecido por transportar o líder em suas viagens internacionais.

Em um encontro direto, Lopez conversou com Villegas sobre sua carreira, os tipos de jatos que pilotava e até celebridades que já havia transportado. A atmosfera era descontraída até a pergunta crucial: “Você já pilotou para Chávez ou Maduro?”. Villegas tentou se esquivar, mas acabou admitindo seu papel como piloto pessoal de ambos os líderes.

A Proposta Milionária: US$ 50 Milhões pela Captura

O agente Lopez não hesitou. Fez a proposta: desviar secretamente o avião presidencial de Nicolás Maduro para um destino onde o governo americano pudesse efetuar a prisão – Porto Rico, Guantánamo ou a própria República Dominicana. Em troca, o piloto não apenas receberia uma fortuna, mas seria tratado como um herói nacional, com um futuro promissor nos EUA.

A oferta ganharia ainda mais peso meses depois. Em uma das trocas de mensagens, Lopez anexou o comunicado do Departamento de Justiça americano, que dobrava a recompensa pela captura de Maduro para estratosféricos US$ 50 milhões – um incentivo quase irrecusável.

O Silêncio de Villegas e o Fim da Operação Secreta

Após o encontro inicial e o confisco das aeronaves presidenciais em etapas (setembro de 2024 e fevereiro de 2025), o contato entre Lopez e Villegas prosseguiu por meses, via WhatsApp e Telegram. Mensagens como “Ainda há tempo para ser o herói da Venezuela e estar do lado certo da história” foram enviadas pelo agente, mas Villegas permaneceu em silêncio, sem responder às investidas.

Em uma tentativa final e desesperada, Lopez apelou aos laços familiares do piloto, mencionando seus filhos e prometendo um futuro melhor nos EUA. Pouco depois, foi bloqueado. O plano ambicioso para deter Nicolás Maduro, que prometia redefinir o cenário político da Venezuela, chegava ao seu fim, deixando para trás apenas o eco de uma oportunidade milionária recusada e o mistério sobre os motivos do General Bitner Villegas.

Essa trama sublinha a intensa pressão internacional sobre o regime venezuelano e a disposição dos EUA em buscar soluções não convencionais para a complexa crise política na região.