
Polônia e OTAN Fortalecem Defesa Aérea Contra Ameaça Crescente de Drones Russos

Polônia e OTAN Elevam a Defesa Aérea em Resposta à Ameaça dos Drones Russos
A ascensão dos drones russos no cenário militar representa um desafio sem precedentes para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Com incidentes de violação do espaço aéreo se tornando mais frequentes, especialmente na crucial fronteira leste da aliança, países como a Polônia e a Romênia estão em alerta máximo. A OTAN, ciente da urgência, está mergulhando na busca por soluções rápidas e eficazes, aproveitando a experiência direta da Ucrânia e a efervescência de inovações tecnológicas de startups europeias.
Ameaça Crescente e a Resposta Estratégica da OTAN
Diante dos recentes relatos de violações por drones russos – incluindo a derrubada de aeronaves e a mobilização de caças na Polônia e Romênia –, a necessidade de fortalecer os sistemas de defesa aérea na fronteira leste da OTAN nunca foi tão clara. Em uma conferência de imprensa recente, o Comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR) e o Secretário-Geral da OTAN anunciaram o lançamento da Operação Eastern Sentry (Sentinela do Leste). Esta iniciativa visa implementar capacidades adicionais de vigilância e defesa antiaérea, demonstrando a seriedade com que a aliança trata essa nova dimensão da guerra moderna.
A Lição Ucraniana: O Sistema “Sky Fortress”
A Ucrânia, na linha de frente contra os ataques de drones russos, desenvolveu uma solução engenhosa e de baixo custo: o sistema “Sky Fortress” (Fortaleza Aérea). Este sistema detecta drones pequenos, baratos e de voo lento através de uma vasta rede de milhares de microfones, que os identificam pelo som. Complementando essa rede, patrulhas móveis em plataformas de carga utilizam metralhadoras e canhões automáticos equipados com dispositivos de visão noturna, permitindo o engajamento de alvos mesmo na escuridão.
A eficácia do “Sky Fortress” despertou grande interesse na OTAN. Testes já foram realizados em 2024, e há equipamentos de teste aguardando em depósitos na Estônia, prontos para aprimorar a detecção precoce e precisa de drones. A adaptação da experiência ucraniana é vista como um caminho promissor para enfrentar a ameaça em larga escala e de forma custo-efetiva.
Inovação e Tecnologia a Serviço da Defesa
Além da experiência ucraniana, a OTAN está explorando ativamente a vanguarda da tecnologia militar. Jovens empresas europeias estão desenvolvendo drones interceptadores capazes de neutralizar ameaças aéreas. Um exemplo notável é o Kruger100, da startup sueca Nordic Air Defence. Este drone, assistido por inteligência artificial e equipado com detecção infravermelha, pode se aproximar de alvos a mais de 270 km/h, demonstrando um salto tecnológico significativo na defesa contra drones.
Para acelerar a aquisição dessas novas tecnologias, a OTAN dispõe de um mecanismo de financiamento de emergência (crisis urgent requirement), permitindo compras rápidas de equipamentos militares essenciais.
A Adaptação da Bundeswehr e o Desafio dos Custos
A Alemanha também está se reajustando a essa nova realidade. A Bundeswehr, as forças armadas alemãs, está reativando suas tropas antiaéreas e encomendou 18 sistemas Skyranger. Montados em veículos, esses sistemas móveis de defesa aérea são projetados para combater ameaças de baixa altitude, como drones, utilizando um canhão revólver de 30 milímetros operado de dentro da cabine. As entregas estão previstas até 2028, mas já há apelos para expandir o pedido, sublinhando a urgência da situação.
A preocupação com o custo-benefício é central. A utilização de caças e mísseis guiados caros para abater drones-kamikaze baratos revela uma lacuna na preparação da aliança. O alto consumo de mísseis é insustentável a longo prazo, enfatizando a necessidade de soluções mais econômicas e eficientes.
O Apelo à Ação e a Colaboração Estratégica
No comando aéreo central (Aircom) da OTAN em Ramstein, na Alemanha, os preparativos para defender-se de enxames de drones russos continuam. Políticos como Norbert Röttgen, especialista em política externa da CDU, têm pressionado por um programa de aquisição de drones de defesa, afirmando que a Alemanha está “praticamente despreparada” nessa área.
Em um movimento estratégico, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy destacou a importância dos drones nos sistemas de defesa e ofereceu a colaboração de seu país à OTAN. “Estamos prontos para treinar nossos aliados nessa defesa”, afirmou Zelenskyy, alertando que a Rússia busca expandir suas ações na Polônia e nos estados bálticos, testando também a Romênia.
Apesar de a OTAN possuir armamentos defensivos eficazes, a Ucrânia demonstrou a viabilidade de soluções significativamente mais baratas e escaláveis. A sinergia entre a experiência prática ucraniana, a inovação europeia e o poderio da OTAN será fundamental para garantir a segurança na Europa e proteger as fronteiras da Polônia e de seus aliados contra as crescentes ameaças aéreas.
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