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Protesto na Faria Lima: MTST Ocupa Sede do Itaú por Reforma Tributária e Taxação dos Super-Ricos

Protesto na Faria Lima: MTST Ocupa Sede do Itaú por Reforma Tributária e Taxação dos Super-Ricos

temp_image_1751569083.675852 Protesto na Faria Lima: MTST Ocupa Sede do Itaú por Reforma Tributária e Taxação dos Super-Ricos

Protesto na Faria Lima: MTST Ocupa Sede do Itaú por Reforma Tributária e Taxação dos Super-Ricos

Um ato de protesto realizado nesta quinta-feira (3), no coração do mercado financeiro brasileiro, a Avenida Faria Lima, em São Paulo, chamou a atenção ao ocupar a sede do banco Itaú. A manifestação foi liderada por dois movimentos sociais ligados ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP): o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e a Frente Povo Sem Medo.

O Alvo: Símbolo do Poder Financeiro

A escolha da sede do Itaú na Faria Lima como local do protesto é altamente simbólica. A região é reconhecida como o epicentro das finanças e do capital no Brasil, representando diretamente o setor que os movimentos sociais buscam impactar com suas reivindicações.

As Demandas: Justiça Tributária em Pauta

O foco principal da manifestação foi a defesa de uma ampla reforma tributária e a taxação das grandes fortunas e dos super-ricos. Faixas e cartazes exibidos pelos manifestantes reforçavam a mensagem. O deputado Guilherme Boulos utilizou suas redes sociais para endossar o ato, declarando: “O recado do povo é claro: o Brasil precisa de Justiça tributária”.

Boulos, que não esteve presente no local do protesto por participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) sobre projetos para entregadores de aplicativos, manifestou apoio à distância.

Repercussão Política: Um Cenário Polarizado

A ocupação na Faria Lima rapidamente se tornou um tema quente nas redes sociais e no debate político, gerando reações intensas e, em muitos casos, comparativas a eventos passados.

Críticas Ferrenhas da Oposição

Setores da oposição ao governo federal repercutiram o ato com forte tom crítico, chegando a compará-lo aos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023 em Brasília. O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) classificou a ação como “balbúrdia e caos”, afirmando que a esquerda no Brasil “não produz e não gera riqueza”.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do PL, questionou se os participantes do protesto na Faria Lima receberiam condenações semelhantes às dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, pedindo identificação, prisão e “sentença em 15 dias” para todos os envolvidos. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também criticou duramente, chegando a chamar o ato de “terrorismo político” e ironizando a relação de parte da Faria Lima com setores progressistas.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) viu na manifestação uma estratégia do PT de “dividir o país”, utilizando um discurso de “nós contra eles” (pobres contra ricos, patrões contra trabalhadores), pedindo a volta do ex-presidente Jair Bolsonaro ao poder.

Apoio da Base Governista (Com Ressalvas)

A reação da base governista foi mais discreta. Deputados como Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ) compartilharam imagens e vídeos do protesto, reforçando a pauta da taxação dos super-ricos. Vieira comentou que “o povo trabalhador não aguenta mais um sistema que protege bilionários e pesa no bolso do povo”.

Contexto: O Embate Fiscal

A manifestação acontece em um momento de atrito entre o Poder Executivo e o Legislativo, especialmente após o Congresso Nacional derrubar um decreto presidencial que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida era vista pelo governo como fundamental para aumentar a arrecadação e cumprir as metas do novo arcabouço fiscal.

A Advocacia-Geral da União (AGU) chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso, evidenciando a tensão em torno das medidas fiscais que buscam equilibrar as contas públicas.

A ocupação na Faria Lima, portanto, insere-se nesse complexo cenário político e fiscal, trazendo para o centro do debate a questão da desigualdade social e a necessidade de mudanças no sistema tributário brasileiro, confrontando simbolicamente o poder econômico com as demandas populares.

Fonte/Data: Adaptado de Estadão Conteúdo, 03/07/2025.

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