
Protesto no Banco Itaú BBA em Faria Lima: Ocupação e Demandas por Taxação dos ‘Super-Ricos’

Protesto Intenso no Coração Financeiro de SP: Ocupação do Edifício Itaú BBA na Faria Lima
A manhã desta quinta-feira (3 de julho de 2025) foi marcada por um protesto vigoroso no epicentro financeiro de São Paulo. Cerca de 300 militantes, mobilizados pela Frente Povo Sem Medo, realizaram uma ocupação simbólica no edifício Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, o braço de investimentos do Banco Itaú. A ação teve como alvo o que o movimento considera um sistema tributário desigual no Brasil.
Com faixas e palavras de ordem como “O povo não vai pagar a conta” e “Taxação dos super-ricos já”, os manifestantes expressaram sua insatisfação com a carga tributária que recai sobre a população de menor renda, contrastando com os lucros do setor financeiro. A principal reivindicação é clara: incluir os milionários na base de cálculo do imposto de renda e, simultaneamente, isentar aqueles que recebem até R$ 5 mil por mês.
Por Que o Edifício Itaú BBA na Faria Lima? O Simbolismo da Ocupação
A escolha do prédio do Banco Itaú BBA, localizado na emblemática Avenida Faria Lima, não foi aleatória. Segundo os organizadores da Frente Povo Sem Medo, o local, adquirido pelo banco por cerca de R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024, representa a disparidade que eles buscam denunciar.
“Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara”, afirmou o movimento. A mensagem é que os grandes detentores de capital, como os proprietários do Itaú, pagariam proporcionalmente menos imposto do que a vasta maioria da população, que enfrenta dificuldades básicas como o pagamento de aluguel e a compra de alimentos. A ação busca, portanto, jogar luz sobre essa percepção de injustiça fiscal.
Contexto Político e Próximos Passos
O protesto ocorre em um momento crucial das discussões sobre a segunda fase da reforma tributária no Congresso Nacional. A Frente Povo Sem Medo vê a ocupação como um alerta direto aos parlamentares. “Já passou da hora de taxar os super-ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas”, declararam.
Essa manifestação reflete as tensões políticas em torno da tramitação da reforma do imposto de renda, especialmente a resistência de certos setores do Legislativo em elevar a carga tributária sobre as grandes fortunas. A Frente Povo Sem Medo já convocou um novo ato para o dia 10 de julho, desta vez na Avenida Paulista, prometendo uma mobilização ainda maior “contra esse Congresso inimigo do povo”.
A presença de lideranças políticas, como o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), reforça o caráter político da manifestação, conectando as demandas sociais diretamente ao debate legislativo em curso.
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