
Rodrigo Bacellar Exonera Washington Reis: Entenda a Crise Política no Rio e o Impacto nas Eleições 2026

Terremoto Político no Rio: Bacellar Exonera Washington Reis e Abala Palácio Guanabara
Em um movimento ousado que pegou de surpresa o meio político fluminense, o governador em exercício e presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), decidiu exonerar o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial nesta quinta-feira (3), ocorre em meio à viagem internacional do governador titular, Cláudio Castro (PL), e escancara uma escalada da tensão nos bastidores do poder no Rio de Janeiro.
O atrito entre Bacellar, apontado como nome forte para disputar o governo do estado em 2026, e Washington Reis, figura influente do MDB e ex-prefeito de Duque de Caxias, vinha crescendo nas últimas semanas. Fontes próximas relatam que a proximidade de Reis com o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD) – principal adversário do grupo de Castro – e seus movimentos em Brasília para resolver pendências jurídicas que afetam sua elegibilidade foram estopins para a exoneração.
A Reação de Washington Reis: “Assinatura não vale nada”
A reação de Washington Reis à notícia de sua exoneração foi imediata e carregada de críticas. “Não considero a exoneração, a assinatura desse rapaz não vale nada. Não foi eleito governador. Não tem tamanho nem para ser síndico de prédio”, disparou Reis, em clara referência a Bacellar. Ele também ligou a decisão à sua recente convocação para a CPI da Transparência na Alerj, classificando a Casa Legislativa como uma “vergonha” que desengaveta investigações para pressionar adversários.
Segundo relatos, o governador Cláudio Castro não foi previamente comunicado da decisão de Bacellar. Ele estava em voo no momento da exoneração e só teria ciência ao pousar em Lisboa, Portugal. Isso reforça a percepção de que a movimentação foi uma iniciativa de Bacellar, aproveitando sua interinidade no cargo.
Bacellar Responde: “Político Insubordinado”
Em resposta, Rodrigo Bacellar justificou a demissão chamando Washington Reis de “político insubordinado”. Ele reforçou a tese do distanciamento político, vinculando Reis ao campo de Lula e Paes, enquanto ele próprio se alinha ao ex-presidente Bolsonaro. “Tenho minha forma de fazer política e não posso ter no quadro de secretários, respondendo interinamente pelo governo, um político insubordinado, que não tenho diálogo. Ele já escolheu o lado dele: está com Lula e Paes. Eu estou com Bolsonaro. Agora vamos olhar pra frente e trabalhar”, afirmou Bacellar.
Guerra Fria nos Bastidores e Impacto Imediato
A exoneração de Washington Reis é vista como um movimento arriscado que ignora conselhos de pacificação vindos de importantes auxiliares de Cláudio Castro, que orientavam a evitar um confronto direto com a família Reis. A resposta não tardou: o prefeito de Duque de Caxias e sobrinho de Washington, Netinho Reis (MDB), já estaria promovendo uma série de exonerações de cargos ligados a Bacellar na prefeitura, num sinal claro de retaliação que pode envolver centenas de postos.
Além do embate externo, o governo Cláudio Castro enfrenta uma crise interna latente. A saída do marqueteiro Paulo Vasconcelos, peça fundamental na campanha de 2022, e o descontentamento de figuras como o chefe de gabinete Rodrigo Abel, são sintomas dessa turbulência. A própria articulação para levar o ex-vice-governador Thiago Pampolha (MDB) ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi vista como uma forma de limpar o caminho sucessório e facilitar a projeção de Bacellar em suas atuações como governador interino, algo que Castro tem incentivado com suas viagens.
Eleições 2026: O Tabuleiro em Movimento
A demissão de Washington Reis rearranja o tabuleiro político para as eleições 2026 RJ. Reis, que já flertou com o bolsonarismo e era visto por parte da família do ex-presidente como opção para o governo, agora parece consolidar sua aproximação com o campo de Eduardo Paes e, consequentemente, com o de Lula. No cenário ideal de Paes, Reis seria um forte candidato ao Senado, apoiando o prefeito da capital para o Governo do Estado.
A brusca demissão tende a empurrar de vez o cacique emedebista para o lado adversário, intensificando a disputa pelo Palácio Guanabara e adicionando mais um capítulo imprevisível à complexa política RJ. A crise na Secretaria de Transportes RJ é apenas a ponta do iceberg em uma disputa de poder que promete se acirrar até 2026.
Compartilhar: