
Romário no centro da polêmica: a pressão pelo impeachment de Moraes

Uma verdadeira tempestade política se formou em Brasília, e no centro dela está um nome conhecido dos gramados e, agora, dos corredores do poder: o senador Romário (PL-RJ). O ex-jogador se viu na mira da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma decisão crucial: não assinar o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A Posição Firme de Romário: “Não Devo Nada a Ninguém”
Diante da crescente pressão de seus pares e eleitores, Romário usou suas redes sociais para esclarecer sua posição. Em um tom direto, ele afirmou que mantém uma boa relação com o PL e com Jair Bolsonaro, mas reforçou sua independência. “Sigo trabalhando pelo Rio e pelo Brasil nas pautas que sempre defendi, como esporte, saúde, inclusão e defesa das pessoas com deficiência”, declarou o senador. A frase de maior impacto, no entanto, foi um recado claro aos críticos: “Não devo nada a ninguém”.
Ele também desmentiu rumores de que teria apagado fotos com Bolsonaro de seu perfil, explicando que as imagens de campanha foram publicadas apenas em formato temporário (stories), e não no feed permanente.
Ofensiva da Oposição Atinge Número Chave no Senado
A mobilização contra Alexandre de Moraes ganhou força no Senado. Liderada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), a oposição anunciou ter alcançado 41 assinaturas para o pedido de impeachment — um número simbólico que representa a maioria simples da Casa. Teoricamente, seria suficiente para aprovar a abertura do processo em plenário.
Apesar do número expressivo de assinaturas, o processo enfrenta um obstáculo intransponível no momento: a decisão de pautar o pedido cabe exclusivamente ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que já sinalizou publicamente que não tem intenção de levar o tema adiante.
Como Funciona o Impeachment de um Ministro do STF?
O processo para afastar um ministro do Supremo é complexo e raro — na verdade, nunca aconteceu na história do Brasil. Ele está previsto na Lei nº 1.079/1950 e segue alguns passos básicos:
- Apresentação: Qualquer cidadão pode apresentar uma denúncia ao Senado Federal.
- Análise na Presidência: O presidente do Senado decide se arquiva ou aceita a denúncia.
- Comissão Especial: Se aceita, uma comissão é formada para analisar o caso e emitir um parecer.
- Votação em Plenário: O parecer é votado por todos os senadores. Para a aprovação da abertura do processo, é necessária a maioria simples (41 votos).
- Julgamento: Se aprovado, o ministro é afastado temporariamente e o Senado, sob a presidência do presidente do STF, realiza o julgamento final. Para a condenação (impeachment), são necessários os votos de dois terços dos senadores (54 votos).
Um Jogo Político de Múltiplas Frentes
A recusa de Romário em assinar o pedido expõe as fissuras e a complexidade do cenário político atual. Enquanto a oposição usa o impeachment como uma ferramenta de pressão e mobilização de sua base, figuras como o “Baixinho” buscam um caminho de maior independência, equilibrando alianças partidárias com suas próprias bandeiras e capital político. O futuro do pedido contra Moraes segue incerto, travado nas mãos da presidência do Senado, mas a pressão sobre os senadores, especialmente os do PL, está longe de terminar.
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