
Simone Tebet Alfineta EUA e Exalta China como Principal Parceiro Comercial do Brasil

Em um cenário de tensões comerciais crescentes, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, colocou as cartas na mesa: enquanto o Brasil valoriza a parceria estratégica com os Estados Unidos, o futuro econômico do país está cada vez mais voltado para o Oriente. A declaração soa como uma resposta direta à recente imposição de tarifas sobre produtos brasileiros pelo governo americano, uma medida que acendeu o alerta no Palácio do Planalto.
O Recado Direto de Tebet: “Nosso Maior Parceiro Comercial Hoje é a China”
Durante uma agenda oficial em Rondônia, ao lado do presidente Lula, Simone Tebet não mediu palavras ao destacar a nova realidade geopolítica e econômica do Brasil. A afirmação vem em um momento delicado, após o governo dos EUA anunciar um “tarifaço” que foi amplamente criticado por autoridades brasileiras como uma afronta às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“No momento em que o multilateralismo está sendo ameaçado, nós temos sim que respeitar os Estados Unidos. […] Mas os Estados Unidos não podem se enganar: o nosso maior parceiro comercial hoje é a China, é a Ásia.”
Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento
Essa fala contundente sinaliza uma mudança de rota ou, no mínimo, uma reafirmação de prioridades do governo Lula. Enquanto busca canais de negociação para mitigar os prejuízos com as tarifas americanas, o Brasil fortalece seus laços com o gigante asiático.
A Ferrovia Bioceânica: O Símbolo da Parceria Brasil-China
Para materializar essa parceria, Tebet citou um projeto de infraestrutura monumental: a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), que se conectará a um corredor logístico até o Oceano Pacífico. O objetivo é criar uma rota de exportação mais rápida e eficiente para os produtos brasileiros chegarem à Ásia.
- Ponto de Partida: A ferrovia começará na Bahia, no litoral Atlântico.
- Trajeto Estratégico: Cruzará estados-chave do agronegócio como Goiás e Mato Grosso, além de Rondônia e Acre.
- Destino Final: Chegará ao Porto de Chancay, no Peru, um megaprojeto com forte investimento chinês, abrindo as portas do Pacífico para o Brasil.
“A China vai ser parceira do Brasil em um projeto que vai integrar a primeira ferrovia a interligar dois oceanos”, explicou a ministra, ressaltando a importância da obra para baratear o frete e aumentar a competitividade nacional.
O Que Essa Mudança Significa na Prática?
A posição firme de Simone Tebet, uma figura central no Ministério do Planejamento, não é apenas retórica. Ela reflete uma estratégia pragmática do Brasil de diversificar suas alianças e reduzir a dependência de um único bloco econômico. Em um mundo multipolar, a mensagem é clara: o Brasil negociará com todos, mas sua bússola econômica aponta firmemente para a Ásia.
A crise com os Estados Unidos pode ter acelerado essa reafirmação, mas a tendência de crescimento das relações comerciais entre Brasil e China é um movimento que vem se consolidando há anos. Resta saber como Washington reagirá a este posicionamento cada vez mais explícito de um de seus mais importantes parceiros no hemisfério sul.
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