
Tarifa EUA de Trump: Brasil Reage com Lei da Reciprocidade e a Conexão Eduardo Bolsonaro

Tarifa EUA de Trump: Brasil Reage com Lei da Reciprocidade e a Conexão Eduardo Bolsonaro
O cenário político e econômico entre Brasil e Estados Unidos ganhou novos contornos de tensão. Em resposta ao ‘tarifaço’ anunciado pelo ex-presidente Donald Trump, que impõe uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, agiu. A medida brasileira visa retaliar e proteger a economia nacional em um contexto onde a relação entre EUA e a esfera política ligada a Jair Bolsonaro – da qual Eduardo Bolsonaro faz parte – é apontada como um dos catalisadores da crise.
Lei da Reciprocidade: A Resposta Brasileira
Nesta segunda-feira, 14 de julho de 2025, o presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a recém-aprovada Lei da Reciprocidade. A lei, sancionada em abril pelo Congresso Nacional, era uma peça aguardada pelo governo para ter um arcabouço legal capaz de responder a ações unilaterais de outros países que prejudiquem o Brasil. Antes dela, a única via formal era recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O decreto, com publicação prevista para esta terça-feira no Diário Oficial da União, detalha os procedimentos para a aplicação da lei e, crucialmente, institui um comitê de crise. Este grupo, formado por representantes governamentais e empresários, terá a missão de avaliar os impactos do ‘tarifaço’ americano e propor as contramedidas mais eficazes sob a égide da Lei da Reciprocidade.
O ‘Tarifaço’ de Trump e a Motivação Política
A medida dos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump, representa um aumento tarifário drástico, elevando para 50% a taxação sobre uma vasta gama de produtos brasileiros exportados. O impacto potencial é significativo para diversos setores da economia nacional.
O governo brasileiro não hesitou em criticar a decisão, classificando-a como uma clara retaliação política. A justificativa por trás dessa interpretação remete às recentes críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e à sua defesa pública de Jair Bolsonaro – um elo que insere o contexto político da família Bolsonaro, incluindo Eduardo Bolsonaro, no centro dessa disputa diplomática e comercial com os EUA.
Mobilização do Governo e Setor Privado
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, detalhou a estratégia imediata do governo. Duas reuniões cruciais com o setor privado foram agendadas para esta terça-feira (15):
- Às 10h, no MDIC, com representantes da indústria, focando nos setores com maior relação comercial com os Estados Unidos. Setores convidados incluem:
- Aviões
- Aço
- Alumínio
- Celulose
- Máquinas
- Calçados
- Móveis
- Autopeças
- Às 14h, com exportadores do agronegócio, abordando segmentos como:
- Suco de laranja
- Carne
- Frutas
- Mel
- Couro
- Pescado
O objetivo é ouvir as preocupações, dimensionar os impactos e coletar subsídios para a atuação do comitê interministerial, que também envolve a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Relações Exteriores.
Diálogo Abrangente: Empresas Americanas no Brasil
Alckmin ressaltou que o diálogo não se limitará aos exportadores brasileiros. Reuniões futuras estão previstas com empresas americanas instaladas no Brasil e entidades de comércio bilateral. A lógica é clara: as próprias companhias dos EUA com operações no Brasil também serão afetadas pela escalada da tensão comercial.
O governo brasileiro mantém a posição de que, até o momento, não solicitou prorrogação do prazo para a entrada em vigor da tarifa ou propôs alíquotas alternativas. Uma proposta confidencial teria sido enviada aos Estados Unidos há cerca de dois meses, mas ainda sem resposta.
A Lei da Reciprocidade é vista como um dos principais instrumentos à disposição do Brasil para responder à política tarifária de Trump, em um cenário delicado que mistura interesses econômicos e alinhamentos políticos, onde figuras como Eduardo Bolsonaro figuram no pano de fundo da motivação percebida para a ação americana.
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