
TV Justiça em Crise: Ameaça de Greve Pode Interromper Transmissões do STF?

Em um momento de alta tensão política no país, os bastidores da TV Justiça e da Rádio Justiça fervem com uma crise que pode ter consequências diretas na transparência do Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) está avaliando o encerramento do contrato com a Fundac (Fundação Para o Desenvolvimento das Artes e Comunicação), entidade gestora dos canais, justamente quando todas as atenções se voltam para o julgamento de envolvidos nos atos golpistas.
O Epicentro da Crise: Denúncias Trabalhistas na Fundac
A Fundac, uma instituição privada sem fins lucrativos que também presta serviços para outros órgãos públicos como a TV Câmara e a TV Senado, está no centro de uma grave crise trabalhista. Funcionários relatam uma série de irregularidades que minaram a confiança e o ambiente de trabalho, levando a uma mobilização sem precedentes.
Entre os principais problemas apontados pelos colaboradores estão:
- Atraso ou falta de recolhimento do Fundo de Garantia (FGTS);
- Parcelamento indevido do auxílio-alimentação;
- Atrasos no pagamento de férias;
- Demora na quitação de serviços prestados por Pessoas Jurídicas (PJs).
A Posição do STF: Contrato por um Fio
Atento à situação, o Supremo Tribunal Federal, principal cliente da Fundac no projeto, confirmou que acompanha de perto os desdobramentos. Em nota oficial, o tribunal afirmou ter cobrado a fundação e aplicado multas para garantir o cumprimento das obrigações contratuais.
“Está em discussão o encerramento do contrato em razão dos problemas enfrentados e nas próximas semanas uma solução deve ser apresentada”, declarou o STF, sinalizando que a parceria pode estar com os dias contados.
Greve à Vista: As Transmissões da TV Justiça Estão Ameaçadas?
A insatisfação culminou na aprovação do “estado de greve” pelos trabalhadores, em assembleia organizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. A decisão coloca uma enorme pressão sobre a Fundac para regularizar os passivos trabalhistas. Caso as demandas não sejam atendidas, os funcionários ameaçam paralisar totalmente as atividades por tempo indeterminado.
Uma eventual greve na TV Justiça poderia comprometer a transmissão ao vivo das sessões do STF, incluindo o aguardado julgamento da ação penal do golpe de Estado. Como toda a operação dos canais é terceirizada, não há servidores diretos do STF que possam assumir as funções e manter a emissora no ar.
Embora o STF tenha afirmado que “eventuais greves não afetarão transmissões de sessões”, não detalhou como garantiria a cobertura. A situação gera incerteza sobre a visibilidade de um dos momentos mais importantes da história recente do tribunal, colocando em xeque a janela pela qual a sociedade acompanha as decisões da mais alta corte do país.
Compartilhar: