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Vladimir Herzog: 50 Anos de um Grito por Justiça e Liberdade

Vladimir Herzog: 50 Anos de um Grito por Justiça e Liberdade

temp_image_1761394080.570006 Vladimir Herzog: 50 Anos de um Grito por Justiça e Liberdade

Vladimir Herzog: 50 Anos de um Grito por Justiça e Liberdade

Há meio século, o Brasil silenciava, mas a verdade clamava. Em 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi brutalmente assassinado sob a custódia da ditadura militar. Um crime que marcou profundamente a história do país, tentando ser encoberto por uma farsa: a alegação de suicídio. Sua esposa, Clarice Herzog, incansavelmente desmentiu essa versão, tornando-se um símbolo da luta por justiça e memória.

A Luta Incansável por Reparação e Verdade

Apesar do tempo, a busca por justiça para Vladimir Herzog jamais cessou. Em março de 2025, o governo brasileiro finalmente reconheceu Vlado como anistiado político, oficializando uma reparação econômica mensal para sua viúva. Contudo, a ferida ainda está aberta: até hoje, nenhum dos responsáveis pela morte de Herzog foi devidamente punido. Essa impunidade é um lembrete doloroso da necessidade de se confrontar o passado para construir um futuro mais justo.

Em um emocionante depoimento ao podcast “O Assunto”, Ivo Herzog, filho de Vlado, ressaltou a determinação da família. “A gente não vai desistir. Se precisar esperar mais 50 anos, a gente vai esperar, vai lutar,” afirmou Ivo. Essa perseverança ecoa o sentimento de milhares de brasileiros que clamam por transparência e responsabilização pelos crimes da ditadura militar.

O Legado de Vlado: Uma Página Essencial da História Brasileira

A luta da família Herzog transcende o pessoal. Ivo Herzog enfatiza que a batalha por justiça e verdade é de “todos os familiares de mortos e desaparecidos” vítimas da ditadura. Ele defende a necessidade de registrar essa “página sombria da história brasileira” para que as novas gerações aprendam com os erros do passado e evitem sua repetição.

“A gente tem que virar esta página da nossa história. Mas primeiro a gente precisa escrever essa página para que as pessoas conheçam, as novas gerações conheçam os erros cometidos no passado, para que eles não voltem a ser cometidos no futuro.”

— Ivo Herzog

A história de como Vladimir Herzog, então diretor do departamento de jornalismo da TV Cultura, foi convocado por agentes da ditadura, apresentou-se voluntariamente ao DOI-Codi da Vila Mariana e foi encontrado morto horas depois, é um capítulo sombrio. Sua morte desencadeou uma onda de indignação e um histórico ato ecumênico na Catedral da Sé, reunindo milhares de pessoas em um protesto silencioso contra a repressão.

Além da Vítima: Quem Foi Vladimir Herzog?

Vlado foi muito mais do que a vítima da ditadura. Filho único de uma família judia que fugiu do nazismo na Iugoslávia, ele era um homem de paixões. Casado com Clarice nos anos 1960, cultivava diversos hobbies, como pesca, astronomia e fotografia. Seu amor pelo cinema era notório, e o sonho de trabalhar na sétima arte pulsava forte em seu coração.

Seu filho, Ivo, relembra a curiosa mistura de línguas falada por Vlado e a avó, um elo com as raízes da família que o fascínio pelo jornalismo e a arte do cinema não apagavam. Conhecer o homem por trás do mártir da liberdade de imprensa nos ajuda a compreender a imensa perda que seu assassinato representou para o Brasil.

A Importância da Memória e da Liberdade de Imprensa

A trajetória de Vladimir Herzog é um lembrete constante da fragilidade da democracia e da importância inestimável da liberdade de imprensa. Em tempos de desinformação e ataques à verdade, sua história ressoa com uma força ainda maior. Manter viva a memória de Vlado é defender os pilares de uma sociedade justa e livre.

Para aprofundar-se na vida e legado de Vladimir Herzog, visite o Instituto Vladimir Herzog, uma organização dedicada à defesa dos direitos humanos e da memória do jornalista.

Conheça também mais sobre o período da ditadura militar no Brasil em fontes confiáveis como o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC-FGV), para entender o contexto histórico em que esses eventos trágicos ocorreram.

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