
Bebê Reborn: Polêmica das Bonecas Hiper-realistas é Brincadeira ou Preocupação? Psiquiatra Explica

Bebê Reborn: Polêmica das Bonecas Hiper-realistas é Brincadeira ou Preocupação? Psiquiatra Explica
O universo dos bebês reborn, aquelas bonecas hiper-realistas que parecem crianças de verdade, tem causado um verdadeiro burburinho. De discussões acaloradas nas redes sociais a debates formais, o fenômeno gerou uma grande polêmica. Mas afinal, o apego a esses bonecos é um sinal de alerta ou apenas uma peculiaridade inofensiva?
Para jogar luz sobre o assunto, a CNN ouviu o psiquiatra Daniel Barros, que trouxe uma perspectiva baseada na saúde mental e no comportamento humano.
Apego a Objetos Não é Novidade, Nem Doença
Segundo o Dr. Barros, a ideia de se apegar a objetos não é algo exclusivo dos bebês reborn. Ele lembra que as pessoas desenvolvem laços afetivos com os mais diversos itens – desde canetas até livros ou carros. O apego à boneca hiper-realista, nesse contexto, seguiria uma lógica semelhante, existindo há mais de uma década de forma menos visível.
O psiquiatra faz questão de enfatizar um ponto crucial: na vasta maioria dos casos, quem interage com esses bonecos, dando-lhes nomes, roupas e até ‘documentos’, está plenamente consciente de que se trata de uma brincadeira.
“Elas não perderam o contato com a realidade, elas estão brincando”, afirma Daniel Barros, desmistificando a ideia de que essa prática seja, por si só, um sinal de transtorno.
Para entender melhor como o cérebro lida com o apego e a distinção entre realidade e imaginação, é útil explorar os estudos da psicologia sobre o comportamento humano. Saiba mais sobre o conceito de apego em psicologia.
Quando o Apego ao Bebê Reborn se Torna Preocupante?
A linha que separa a brincadeira da preocupação, de acordo com o especialista, é tênue, mas clara. O problema surge *apenas* quando a pessoa ultrapassa a barreira da fantasia e passa a acreditar genuinamente que o boneco é um ser real que exige cuidados como uma criança de verdade.
“O problema está quando a pessoa coloca uma realidade que não existe, que ele [o bebê reborn] é realmente o seu filhinho e que ele precisa de cuidados”, explica Barros. Contudo, ele reforça que essa situação extrema não representa a maioria dos indivíduos que possuem bebês reborn.
A Sociedade e a Repercussão da Polêmica
Curiosamente, o psiquiatra sugere que a intensidade da polêmica em torno dos bebês reborn diz mais sobre a sociedade que observa do que sobre quem pratica a “brincadeira”. A surpresa e o estranhamento parecem amplificar o debate. Ele se mostra crítico, inclusive, a propostas de leis que visam regulamentar o uso desses bonecos, considerando-as desnecessárias e possibly motivadas pela busca por atenção pública.
A tendência, segundo Barros, é que o assunto perca fôlego rapidamente, dissipando a aura de controvérsia.
Conclusão: Mais Brincadeira, Menos Preocupação
Em resumo, a visão do especialista é tranquilizadora para a maioria. O fenômeno dos bebês reborn e a polêmica associada são, em grande parte, manifestações de brincadeira ou colecionismo dentro de nichos sociais específicos, amplificadas pela repercussão online. O apego, dentro dos limites da consciência da realidade, não é patológico.
Portanto, antes de julgar ou se preocupar excessivamente, o conselho é considerar a perspectiva de quem vivencia essa prática: na maioria das vezes, é apenas mais uma forma de expressão ou hobby em um mundo cada vez mais diverso.
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