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Polilaminina: O Medicamento Brasileiro Que Pode Revolucionar o Tratamento da Lesão Medular

Polilaminina: O Medicamento Brasileiro Que Pode Revolucionar o Tratamento da Lesão Medular

temp_image_1757467997.140069 Polilaminina: O Medicamento Brasileiro Que Pode Revolucionar o Tratamento da Lesão Medular

Imagine um futuro onde a perda de movimentos devido a uma lesão medular não seja mais uma sentença sem retorno. Graças a uma pesquisa pioneira e totalmente brasileira, esse futuro parece cada vez mais próximo. Um novo medicamento para lesão medular, a Polilaminina, extraído de um invólucro tão tenro quanto a placenta humana, está gerando grande expectativa ao apontar para a capacidade de regenerar a medula espinhal e restaurar funções perdidas.

Polilaminina: Uma Inovação Brasileira Que Acende a Esperança

Por mais de 25 anos, a pesquisadora brasileira Tatiana Coelho de Sampaio, professora doutora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), dedicou-se ao estudo da proteína laminina. Esta proteína, essencial para o sistema nervoso, revelou um potencial reparador e multiplicador que culminou na criação da Polilaminina.

Apresentada ao mundo pelo Laboratório Cristália, a Polilaminina é uma novidade global. O medicamento Polilaminina atua estimulando neurônios maduros a rejuvenescerem e criarem novos axônios – as finas fibras que transmitem impulsos elétricos pelo corpo. Este processo de neuroregeneração é a chave para a restauração da medula em pacientes com rompimento do órgão, resultando em quadros de paraplegia ou tetraplegia.

Histórias Que Inspiram: A Recuperação É Possível

Durante a fase experimental, os resultados foram impressionantes. Pacientes que receberam a aplicação direta da Polilaminina na coluna experimentaram uma recuperação notável, retomando movimentos e rotinas sem restrições. Duas dessas histórias se destacam:

  • Hawanna Cruz Ribeiro (27 anos): Atleta paralímpica de rugby, ficou tetraplégica em 2017 após uma queda. Três anos depois, como voluntária no estudo, aplicou a Polilaminina. “Recuperei entre 60% e 70% do controle do meu tronco. Sinto que a sensibilidade na minha bexiga voltou, mas ainda não sou independente nessa questão. Não tenho nenhuma dúvida da minha melhora”, relata Hawanna.
  • Bruno Drummond de Freitas (31 anos): Paralisado do pescoço para baixo após um acidente de trânsito, recebeu o tratamento 24 horas após o trauma. “Em cinco meses, mais ou menos, eu já estava completamente recuperado. Tenho uma rotina normal, faço esportes e não passo mais por nenhum tipo de tratamento. Eu me recuperei totalmente e poderia estar tetraplégico”, afirma Bruno, destacando a urgência da aplicação.

Os testes em animais também reforçam a promessa: cães com lesões não provocadas recuperaram totalmente a marcha, e em ratos, os efeitos foram visíveis em apenas 24 horas.

O Caminho da Aprovação: Cautela e Esperança com a ANVISA

Apesar dos resultados promissores, o tratamento de lesão medular com Polilaminina ainda aguarda a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar o estudo clínico regulatório ampliado em humanos. A agência destaca que o processo é normal para novos medicamentos, exigindo dados complementares sobre os estudos pré-clínicos para garantir a segurança e eficácia antes da fase de testes em seres humanos.

“Embora os resultados de laboratórios sejam promissores, ainda não é possível fazer qualquer afirmação quanto à segurança e eficácia da substância,” afirma a Anvisa, reforçando a importância da rigorosa avaliação científica.

A Polilaminina já está sendo produzida na planta de biotecnologia do Cristália, utilizando placentas doadas por mulheres saudáveis, um testemunho do compromisso com a pesquisa e desenvolvimento.

Compreendendo a Lesão Medular e Seu Impacto

A lesão medular ocorre quando há um dano ao tecido nervoso dentro do canal medular da coluna, interrompendo a comunicação entre o cérebro e o corpo. As causas são diversas, incluindo:

  • Acidentes (trânsito, quedas, mergulhos)
  • Ferimentos por arma de fogo
  • Doenças inflamatórias (como esclerose múltipla)
  • Tumores na medula
  • Fraturas na coluna (osteoporose)
  • Compressões medulares (envelhecimento, artrose)

Dependendo da localização e intensidade da lesão, pode-se desenvolver paraplegia (paralisia dos membros inferiores) ou tetraplegia (paralisia dos membros inferiores e superiores). Para mais informações sobre lesão medular, você pode consultar o Ministério da Saúde.

Perspectivas e o Futuro da Polilaminina

Hospitais de São Paulo, como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa, já estão se preparando para a aplicação da Polilaminina assim que a autorização da Anvisa for concedida. Inicialmente, o procedimento será focado em pacientes com diagnóstico de lesão medular recente (até três meses). No entanto, pesquisas indicam que lesões mais antigas também podem ser beneficiadas, com resultados que dependem do comprometimento do paciente com o pós-operatório.

“Não vendemos ilusões, trazemos evidências. Os resultados não são iguais para todos. Mostramos que quanto mais rápida a aplicação, melhor o resultado. Estamos também trabalhando em casos crônicos e estamos avançando. Experimentalmente, temos resultados promissores,” declarou Ogari Pacheco, fundador do Cristália.

O processo de patente global do medicamento já está em andamento, sublinhando o ineditismo e o impacto potencial dessa descoberta. Embora a ciência exija cautela e tempo para todas as validações, a Polilaminina representa um farol de esperança, prometendo redefinir o futuro do tratamento da lesão medular e a vida de milhares de pessoas.

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