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3I/Atlas: O Cometa Interestelar que Fascinou Kim Kardashian e Dividiu Cientistas

3I/Atlas: O Cometa Interestelar que Fascinou Kim Kardashian e Dividiu Cientistas

temp_image_1762853980.010086 3I/Atlas: O Cometa Interestelar que Fascinou Kim Kardashian e Dividiu Cientistas

3I/Atlas: O Cometa Interestelar que Fascinou Kim Kardashian e Dividiu Cientistas

Recentemente, uma pergunta inusitada vinda de Kim Kardashian na rede social X para Sean Duffy, administrador interino da NASA, acendeu um debate global: “Qual é a fofoca sobre o 3I/Atlas?!?!!!!!!!?????”. O cometa interestelar 3I/Atlas, o terceiro objeto conhecido a ter vindo de fora do nosso Sistema Solar, rapidamente se tornou o centro das atenções, envolvendo celebridades, cientistas e o público geral em uma discussão que vai além da astronomia tradicional.

A dúvida de Kardashian, ecoada por personalidades como Joe Rogan em seu podcast e por milhões de buscas no Google sobre defesas planetárias da NASA, revela o fascínio humano pelo desconhecido. Mas o que exatamente é o 3I/Atlas, e por que ele gerou tanta especulação sobre uma possível origem artificial ou até mesmo alienígena?

O Que a NASA e a Ciência Oficial Dizem sobre o 3I/Atlas?

Sean Duffy, da NASA, tranquilizou o público, afirmando categoricamente: “Sem alienígenas. Sem ameaça à vida aqui na Terra.” Segundo a agência espacial, o cometa 3I/Atlas é um aglomerado de rocha, poeira e gelo que, apesar de sua origem interestelar, se comporta dentro dos parâmetros esperados para um objeto celestial. As observações realizadas por telescópios terrestres e espaciais corroboram que suas características se encaixam no que é tipicamente visto em outros cometas.

Para a maioria dos cientistas, o entusiasmo público, embora compreensível, tende a superinterpretar os dados. David Jewitt, astrônomo da UCLA, lamenta que “Todo o assunto está contaminado por essa afirmação de que poderia ser uma nave espacial.” Ele enfatiza que o que foi observado é consistente com a natureza cometária, e que a ideia de um “acobertamento” surge de uma falha em comunicar a probabilidade científica em comparação com a mera possibilidade.

Avi Loeb e a Hipótese da Sonda Alienígena

No entanto, uma voz dissidente e proeminente tem alimentado a chama da especulação: o astrofísico de Harvard, Avi Loeb. Renomado por suas pesquisas sobre buracos negros e matéria escura, Loeb ganhou notoriedade nos últimos anos por suas teorias audaciosas sobre vida extraterrestre. Desde a detecção do 3I/Atlas em julho, ele tem sido uma figura constante em programas de notícias e podcasts, incluindo horas de discussão com Joe Rogan.

Loeb argumenta que o cometa 3I/Atlas poderia ser um “cavalo de Troia” enviado por alienígenas para espionar a Terra, ou algo ainda mais preocupante. Ele chegou a escrever: “O 3I/Atlas está vestindo um disfarce de cometa, ou é realmente uma rocha gelada de origem natural?” Suas estimativas chegam a uma probabilidade de 30% a 40% de que o objeto tenha uma origem artificial, embora admita que este número seja uma “impressão” e não um cálculo científico rigoroso.

As Peculiaridades do Cometa que Alimentam o Debate

O que leva Loeb a tais conclusões, e o que torna o 3I/Atlas tão intrigante? O cometa realmente apresenta algumas características incomuns:

  • Atividade Distante: Quando descoberto, a mais de 600 milhões de quilômetros do Sol, o 3I/Atlas já estava envolto em uma nuvem de poeira e gás, algo atípico para cometas a essa distância, que geralmente permanecem escuros e inertes.
  • Composição Química Inusitada: Sua composição difere da maioria dos cometas do Sistema Solar, com níveis significativamente mais altos de dióxido de carbono e níquel.
  • Mudança de Cor e Brilho: Ao se aproximar do Sol, o cometa brilhou mais e mudou de cor, adicionando tons azul-esverdeados.
  • Força Não Gravitacional e Trajetória: O 3I/Atlas exibe uma força não gravitacional que o impulsiona, e sua trajetória está quase no mesmo plano das órbitas dos planetas do nosso Sistema Solar, um alinhamento que Loeb sugere ser intencional.

Enquanto Loeb interpreta estas anomalias como possíveis sinais de tecnologia avançada (como o disparo de um motor de foguete), outros cientistas oferecem explicações naturais. Jatos de gás escapando da superfície poderiam criar um efeito propulsor, e a mudança de cor, já observada em outros cometas, pode ser o brilho de moléculas. A trajetória no mesmo plano planetário, para muitos, é apenas uma coincidência.

Radiotelescópios e a Busca por Sinais Extraterrestres

O interesse no 3I/Atlas é tão palpável que até mesmo Andrew Siemion, investigador principal do Breakthrough Listen – um projeto que utiliza radiotelescópios para buscar comunicações extraterrestres – foi abordado publicamente sobre o cometa. Isso destaca como a questão da vida fora da Terra combina o rigor filosófico da pergunta “Estamos sozinhos no universo?” com o apelo de teorias da conspiração que sugerem que governos e especialistas ocultam a verdade.

Dan Fagin, diretor do programa de Reportagem Científica, de Saúde e Ambiental da Universidade de Nova York, observa a importância de despertar a curiosidade científica, mesmo em figuras como Kim Kardashian. Contudo, ele ressalta a necessidade de distinguir entre o que é “possível” e o que é “provável”.

O Futuro da Observação e o Mistério Persistente

Nas próximas semanas e meses, os telescópios espaciais James Webb e Hubble farão mais observações detalhadas do cometa 3I/Atlas, que pode fornecer novos dados e talvez resolver algumas das controvérsias. Enquanto isso, o debate persiste: uma rocha espacial comum com peculiaridades naturais, ou um enigmático emissário de outra civilização?

Independentemente da conclusão, o cometa 3I/Atlas já cumpriu seu papel de reacender a imaginação humana e nos lembrar da vastidão e dos mistérios do cosmos. A NASA pode ter dito “sem alienígenas”, mas o fascínio por essa possibilidade continua a nos impulsionar a olhar para as estrelas.

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