Larissa Riquelme: 15 Anos Depois, A Musa da Copa Reflete Sobre Fama, Museu e a Vida Atual

Você se lembra de Larissa Riquelme? Para muitos, o nome evoca instantaneamente a imagem vibrante da torcedora paraguaia que se tornou um fenômeno global durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Quinze anos se passaram desde que uma única foto, feita na Plaza da Democracia em Assunção enquanto acompanhava um jogo do Paraguai, catapultou-a para a fama mundial como a “Musa da Copa” e “Novia del Mundial”. Hoje, aos 40 anos, Larissa Riquelme olha para trás com uma mistura de orgulho, arrependimentos e a certeza de ter vivido uma transformação radical.

O Momento Que Mudou Tudo em 2010

Tudo começou com um celular guardado entre os seios, em uma foto despretensiosa que capturou a paixão de Larissa Riquelme pelo futebol paraguaio. Essa imagem viralizou de forma sem precedentes na era pré-auge das redes sociais como as conhecemos hoje. O telefone da então modelo, de apenas 25 anos na época, não parou mais de tocar. “Falavam minha irmã mais velha, a mais nova, eu. Todas eram Larissa Riquelme no meu celular, porque era impossível atender todas as ligações”, relembrou ela em entrevista recente ao ge.

A repercussão a transformou na modelo mais bem paga do Paraguai, estampando capas de revistas – incluindo a primeira Playboy 3D do Brasil – e se tornando uma das pessoas mais buscadas no Google na época, com o termo Larissa Riquelme liderando as buscas. Ela encontrou, de forma inesperada, sua maneira de ser vista e reconhecida no mundo.

A Vida Pós-Fama: Reflexões, Desafios e Orgulho

Quinze anos depois, o conceito de “musa” evoluiu, e Larissa Riquelme é convidada a refletir sobre sua trajetória. Ela admite que perdeu dinheiro, guarda arrependimentos – principalmente por confiar demais – e enfrentou a sexualização de sua imagem e comentários constrangedores. No entanto, o sentimento predominante é o de orgulho.

“O que decide mostrar não te define como mulher”, afirma Larissa Riquelme, destacando que, apesar das dificuldades e críticas, a fama foi fundamental para uma mudança drástica em sua vida, que começou humilde vendendo comida para pagar estudos.

Lidar com a exposição veio com um custo emocional. Larissa Riquelme enfrentou críticas sobre seu corpo, problemas de tireoide e, um dos golpes mais duros, a perda da avó Guillerma enquanto estava no Brasil a trabalho, não conseguindo se despedir. Mesmo assim, ela persistiu, encontrando força para seguir em frente.

De Musa a Peça de Museu: Um Reconhecimento Único

Um dos fatos mais notáveis de sua história é que a famosa foto da Copa de 2010 está exposta desde abril de 2025 no Museu del Barro, em Assunção. Entre mais de quatro mil peças que narram a história cultural do Paraguai, a imagem de Larissa Riquelme encontra seu lugar, solidificando seu impacto cultural inesperado.

A Vida Hoje: Novos Caminhos e Paixões

Longe de se limitar ao passado, Larissa Riquelme construiu uma vida multifacetada. Ela se tornou uma influenciadora digital, acompanhando o crescimento das redes sociais – passou de 2.500 seguidores no Facebook para 1.6 milhão na mesma plataforma, fora outras que não existiam em 2010. Além disso, investiu em educação: está cursando o último ano da faculdade de jornalismo, após fazer um técnico em jornalismo esportivo, mostrando seu desejo de se manter na comunicação.

Atualmente, Larissa Riquelme também apresenta o KaruShow, um programa de culinária em uma rádio paraguaia, e mantém uma conta de conteúdo sensual no OnlyFans. Paralelamente, realiza trabalho de caridade, distribuindo chocolates para crianças com câncer mensalmente.

Sua paixão pelo futebol, especialmente pelo Cerro Porteño, time pelo qual jogou na base aos 14 anos, continua forte. Recentemente, ela acompanhou o jogo entre Brasil e Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo, mostrando que sua conexão com o esporte que a tornou famosa permanece viva.

Legado e Resiliência

A jornada de Larissa Riquelme é uma prova de como um momento inesperado pode mudar uma vida para sempre. De uma torcedora apaixonada a um ícone cultural paraguaio com uma foto em museu, passando por desafios, críticas e reinvenção, ela mostra que é possível construir um legado e encontrar orgulho na própria história, mesmo quando ela começa com um flash e um celular.