
Além do Campo: Como o Fluminense Quase Comprou um Time nos EUA e as Lições para o Resultado Atual

Além do Campo: Como o Fluminense Quase Comprou um Time nos EUA e as Lições para o Resultado Atual
Quando pensamos no resultado Fluminense, nossos pensamentos geralmente voam para as vitórias, derrotas e a performance em campo. Mas a história de um grande clube de futebol como o Tricolor vai muito além das quatro linhas. Envolve estratégia, visão de futuro e, por vezes, planos audaciosos que não chegam a se concretizar.
Você sabia que, há cerca de uma década, o Fluminense esteve muito perto de comprar um time nos Estados Unidos? Essa é uma faceta pouco conhecida da história Fluminense que revela o desejo do clube em expandir sua marca internacionalmente e buscar novas fontes de receita. Vamos mergulhar nesse projeto Fluminense EUA de 2013.
O Ambicioso Projeto de Expansão nos Estados Unidos
Em 2013, sob a gestão do então presidente Peter Siemsen, o Fluminense começou a desenhar um plano inovador: adquirir uma franquia de futebol em solo americano. A ideia principal não era ingressar na elite da Major League Soccer (MLS) de imediato, mas sim investir em uma liga secundária, como a NASL ou a USL, que na época ofereciam custos de entrada mais acessíveis.
O objetivo era claro: criar uma filial do clube no exterior, um “time satélite” que serviria para:
- Acelerar a expansão internacional Fluminense;
- Aproveitar a base de jogadores talentosos que o clube formava, dando-lhes rodagem em um mercado diferente;
- Explorar o mercado americano, visto como em franco desenvolvimento para o futebol;
- Gerar novas receitas através da marca Fluminense nos EUA.
A estratégia previa, inclusive, batizar a equipe com o nome do Fluminense e replicar parte da estrutura de formação de base tricolor, preenchendo uma lacuna existente no futebol juvenil americano, que muitas vezes se concentrava em escolas e universidades.
Os Bastidores e os Envolvidos
A idealização desse projeto contou com a participação de figuras chave. Além de Peter Siemsen, o brasileiro Ricardo Villar, com experiência como jogador profissional nos EUA e hoje CEO da FC Series, foi um dos grandes articuladores. Juntos, eles exploraram o mercado e chegaram a identificar cidades potenciais para sediar a futura franquia tricolor: Charlotte e Jacksonville.
Charlotte era vista como a opção mais promissora e com o negócio mais “aberto” à época. Segundo Villar, os valores para adquirir uma franquia em ligas como a USL eram consideravelmente baixos em 2013, algo em torno de US$ 500 mil, uma realidade muito diferente da valorização que as franquias americanas experimentaram desde então. O potencial de crescimento era enorme.
Por Que o Sonho Americano Não Virou Realidade?
Apesar da visão estratégica e do trabalho de idealização, o projeto de compra de um clube nos Estados Unidos não avançou. O principal obstáculo foi de natureza financeira.
Uma proposta chegou a ser formalmente apresentada, mas a desistência de um investidor crucial inviabilizou a continuidade do plano em solo americano.
O Plano B: A Parceria com o SFK Samorín na Europa
Diante da dificuldade de concretizar o investimento nos EUA, o Fluminense direcionou seus esforços para outro continente, buscando uma alternativa com custo mais acessível. Foi assim que surgiu a parceria com o SFK Samorín, na Eslováquia.
Embora diferente do plano original de comprar uma franquia, o projeto Samorín, que durou até 2019, também visava dar rodagem a jovens talentos tricolores no futebol europeu, com custos operacionais bem menores. Jogadores como Evanílson e Marlon Freitas, hoje com carreiras consolidadas, passaram pelo clube eslovaco como parte dessa estratégia.
Lições Aprendidas e o Futuro do Fluminense
Apesar de não ter se concretizado, o ambicioso projeto americano do Fluminense demonstra a visão de uma gestão que buscava inovar e expandir os horizontes do clube para além do mercado doméstico. Essas tentativas de diversificação e internacionalização, mesmo que não vinguem, fazem parte da construção da solidez e do “resultado” que o clube almeja no longo prazo.
A história do Fluminense nos EUA serve como um lembrete de que o sucesso de um clube de futebol moderno passa tanto pela performance em campo quanto pela capacidade de planejar estrategicamente, buscar novas oportunidades e aprender com os desafios encontrados no caminho.
Compartilhar: