
Augusto Melo sob Fogo Cruzado no Corinthians: Crise, Contas e Pedidos de Impeachment

Augusto Melo sob Fogo Cruzado no Corinthians: Crise, Contas e Pedidos de Impeachment
A gestão de Augusto Melo na presidência do Corinthians vive dias de intensa turbulência. O mandatário alvinegro encontra-se em uma rota de colisão direta não apenas com os rígidos órgãos fiscalizadores do clube, como o Conselho Deliberativo e o CORI (Conselho de Orientação Fiscal), mas agora também com a voz mais potente das arquibancadas: a principal torcida organizada, a Gaviões da Fiel.
A pressão aumentou exponencialmente após as contas apresentadas por Augusto Melo serem reprovadas pelo Conselho Deliberativo. Apesar da derrota, o presidente insiste na necessidade de reabrir o balanço de 2023, período sob a gestão anterior de Duilio Monteiro Alves, buscando defender os números de sua administração.
Contas Reprovadas: Análise Política ou Técnica?
A reprovação das contas ocorreu após recomendações negativas do CORI e do Conselho Fiscal. A diretoria de Augusto Melo argumenta que os pareceres, em especial o do CORI, tiveram um viés mais político do que técnico, com placares como 16 a 1 pela reprovação, incluindo votos contrários de antigos apoiadores da atual gestão.
Gaviões da Fiel Muda o Jogo Político
Um dos golpes mais duros para Augusto Melo veio do lado de fora do campo, mas com impacto direto nos corredores do Parque São Jorge. A Gaviões da Fiel, que em momentos anteriores chegou a mobilizar membros contra o que chamavam de “golpe” à gestão, agora alterou drasticamente seu posicionamento.
Em comunicado recente, a organizada declarou que não se oporá a reuniões que pautem propostas de impeachment contra o atual presidente. A decisão, tomada após reunião com associados, foi justificada por uma série de fatores:
- A repetição de erros de gestões passadas, especialmente na base e em nomeações com cunho político.
- Um cenário de “desmanche” na gestão, com alta rotatividade em cargos-chave e o retorno de figuras outrora opositoras.
- A falta de transparência e a ausência de respostas claras a questionamentos levantados em instâncias do clube.
Novo Pedido de Impeachment Adiciona Tensão
A falta de transparência, também citada pela Gaviões, é um dos pilares do terceiro pedido de impeachment protocolado contra Augusto Melo. Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do CORI e conselheiro, formalizou o pedido mencionando a dificuldade de acesso a documentos e a ausência da revisão orçamentária no meio do ano passado.
O Nó da Dívida e as Finanças em Xeque
A situação financeira se tornou o epicentro da crise política. Enquanto a diretoria atual calcula um aumento da dívida em R$ 407 milhões, totalizando um passivo de R$ 599 milhões, o CORI aponta para um valor ainda maior, de R$ 829 milhões.
A insistência de Augusto Melo em reabrir as contas de 2023 se baseia na alegação de ter herdado “provisões de contingência” da gestão anterior, totalizando R$ 191 milhões. Esses valores incluem apropriação de juros do Profut, contingências em processos judiciais, parcelamentos de ISS e outras dívidas passadas. No entanto, há divergências internas sobre a validade de inserir novos itens em balanços já fechados, auditados e aprovados anteriormente pelo Conselho Deliberativo.
Este embate financeiro intensifica a pressão nos bastidores, levando a visões de que a crise seria “orquestrada” para destituir o presidente. Paralelamente, a Polícia Civil de São Paulo finaliza o inquérito do caso VaideBet, onde Augusto Melo já prestou depoimento como investigado.
O cenário atual no Corinthians exige atenção constante, com desdobramentos políticos e financeiros que impactam diretamente o futuro do clube.
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