
Rodrigo Caio na Comissão Técnica do Flamengo: Análise da Bola Parada sob Filipe Luís

O Retorno do Monstro: Rodrigo Caio Reforça a Comissão Técnica do Flamengo
Uma notícia agitou os bastidores do Ninho do Urubu: Rodrigo Caio, ídolo e multicampeão com o clube, está de volta ao Flamengo. Mas não será para calçar as chuteiras, e sim para integrar a comissão técnica de Filipe Luís. A chegada do ex-zagueiro, que possui licença B da CBF, movimenta o corpo técnico e gera expectativas sobre seu papel no desenvolvimento da equipe.
A vinda de Rodrigo Caio acontece em um momento de reestruturação interna, substituindo Daniel Alegria, que até então era o responsável por um aspecto crucial no futebol moderno: as bolas paradas. Sejam escanteios, faltas levantadas na área ou até mesmo a organização defensiva em lances assim, a bola parada pode decidir partidas. Mas como o Flamengo vinha se saindo nesse quesito antes da mudança?
Desempenho na Bola Parada: Números da Era Filipe Luís (Antes de Rodrigo Caio)
Para entender o contexto da chegada de Rodrigo Caio ao Flamengo, o ge levantou dados dos 41 jogos disputados sob o comando de Filipe Luís desde outubro do ano passado. A análise foca no aproveitamento do time em lances de bola parada, tanto ofensivamente quanto defensivamente.
Gols Marcados: Aproveitamento Mediano?
Dos 69 gols totais anotados pelo Flamengo nesse período, 20 tiveram origem em lances de bola parada. Excluindo pênaltis e faltas diretas (que geralmente não envolvem jogadas ensaiadas complexas), o número cai para nove gols em 58 lances em que a bola foi levantada ou cobrada de forma indireta. Isso representa um aproveitamento de 15,5%.
Confira a distribuição:
- 6 gols de escanteio
- 3 gols de faltas indiretas levantadas na área
Destaque individual fica para o zagueiro Léo Ortiz, artilheiro do time em gols de bola parada nesse recorte, com três tentos.
Gols Sofridos: Vulnerabilidade Aérea?
No lado defensivo, o Flamengo de Filipe Luís foi vazado 21 vezes. Cinco desses gols vieram de bola parada. Ao retirar os dois pênaltis, restam três gols sofridos em 19 lances, uma taxa de 15,7%.
Curiosamente, todos os três gols sofridos de bola parada nesse período vieram de faltas indiretas levantadas na área. Nenhum gol foi tomado diretamente de escanteio. Um desses gols custou caro: a derrota para o Central Córdoba na Libertadores, que complicou a situação do Rubro-Negro no grupo.
Comparativo: Onde o Flamengo se Encaixa?
Para colocar os números do Flamengo em perspectiva, comparamos com a média do Campeonato Brasileiro de 2024 (excluindo pênaltis e faltas diretas). A média da competição foi de 15,8% de gols marcados a partir de bola parada, um índice praticamente idêntico ao do Rubro-Negro (15,5%).
No entanto, ao olhar para o campeão brasileiro de 2024, o Botafogo, a diferença aparece. O Alvinegro marcou 14 de seus 59 gols (25,9%) de bola parada e sofreu apenas 3 de 29 (12,5%). Isso sugere que, embora o Flamengo estivesse na média geral da liga, seu desempenho nas bolas paradas (tanto ofensivas quanto defensivas) estava abaixo do que foi apresentado pelo campeão da temporada anterior.
O Impacto da Chegada de Rodrigo Caio
A saída de Daniel Alegria, que tinha a bola parada como foco principal, e a chegada de Rodrigo Caio na comissão técnica do Flamengo indicam uma mudança estratégica. Embora Rodrigo Caio não tenha sido anunciado especificamente como treinador de bola parada, sua vasta experiência como defensor, com grande capacidade de antecipação e posicionamento, pode naturalmente contribuir para a organização defensiva nesses lances.
O clube destaca que a contratação de Rodrigo Caio “faz parte de um projeto estratégico… que busca profissionais preparados, com identidade rubro-negra e histórico de conquistas com o manto sagrado”. A presença de um ídolo no dia a dia do elenco pode ir além das questões táticas, influenciando o ambiente e a mentalidade dos jogadores, especialmente os mais jovens.
Com a chegada do ‘Monstro’, o Flamengo espera aprimorar diversos aspectos, e a bola parada, com os números mostrando espaço para evolução, certamente estará no radar da nova configuração da comissão técnica de Filipe Luís.
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