
Unai Simón: Herói da Espanha sob Críticas e o Goleiro que Não Se Abate

No mundo do futebol de alta performance, poucos atletas vivem sob escrutínio tão constante quanto os goleiros. E para Unai Simón, o camisa 1 da Seleção Espanhola, essa realidade não é diferente. Recentemente, após uma partida desafiadora contra a França, onde a Espanha saiu vitoriosa apesar de ter sofrido quatro gols, Simón se viu novamente no epicentro do debate. No entanto, sua performance foi notável, com seis defesas cruciais que solidificaram a vitória e garantiram à La Roja um lugar na final.
Um Goleiro Sob o Foco e a Defesa de De la Fuente
A atuação de Simón, que incluiu defesas espetaculares como uma contra Kylian Mbappé, provocou uma forte defesa por parte do técnico Luis de la Fuente. Em declarações pós-jogo, De la Fuente não hesitou em apontar o que considerou um "maltrato" da imprensa e torcedores ao goleiro ao longo do tempo. Embora o próprio Simón tenha suavizado a expressão, reconhecendo que "críticas" fazem parte da profissão, a fala do treinador evidenciou a confiança inabalável que a comissão técnica deposita nele desde os tempos de Luis Enrique.
Personalidade Calma, Liderança Discreta
Mais do que suas qualidades técnicas – reconhecido por sua habilidade com os pés, fundamental no futebol moderno – Unai Simón se destaca por sua personalidade. Longe de ser apático, sua calma, por vezes interpretada como excessiva, é na verdade um reflexo de sua forte mentalidade.
Duas histórias recentes ilustram bem seu caráter:
- Após o jogo contra a França, ele cumpriu todas as suas obrigações com a imprensa, até mesmo brincando sobre a quantidade de entrevistas restantes.
- Em outra ocasião, foi o último jogador a deixar o campo de treino, dedicando tempo extra aos fãs que esperavam por autógrafos e fotos, quase chegando atrasado para o jantar da equipe.
Simón não se deixa abalar facilmente por elogios ou críticas externas, a menos que venham de seu círculo mais próximo: treinador, companheiros ou família. Sua independência de pensamento também se manifestou publicamente ao defender Vinícius Jr. contra o racismo em 2023, mostrando coragem para abordar temas delicados.
Os Números Falam por Si
Enquanto o debate externo persiste, os números de Unai Simón pela Seleção Espanhola contam outra história. Em 48 partidas, ele sofreu apenas quatro derrotas em tempo regulamentar, com mais duas eliminações em torneios importantes ocorrendo nas disputa de pênaltis (Euro 2020 contra a Itália e Copa do Mundo 2022 contra Marrocos), após empates no tempo normal.
Crucialmente, Simón tem sido um herói em decisões por pênaltis, defendendo cobranças decisivas em momentos chave, como nas quartas de final da Euro 2020 contra a Suíça, na final da Nations League de 2023 contra a Croácia e nas quartas de final da Nations League de 2025 contra a Holanda.
De Joia da Base a Capitão da Seleção
Com um histórico que remonta aos 15 anos de idade nas categorias de base da Espanha, convocado pela primeira vez por Santi Denia, Unai Simón ascendeu gradualmente até se tornar o titular incontestável e, mais recentemente, capitão da equipe na ausência de líderes como Laporte e Rodri. Sua trajetória é um testemunho de consistência, resiliência e dedicação à camisa nacional.
Luis de la Fuente resumiu bem o sentimento da comissão técnica e dos companheiros: "Sua trajetória é espetacular, e ele é um grande companheiro. Sempre soma, do lugar que lhe toque."
Mesmo enfrentando o turbilhão de opiniões externas, Unai Simón se mantém firme, focado em seu desempenho e na liderança silenciosa que exerce no vestiário. Hoje, ele não é apenas o goleiro da Espanha, mas uma peça fundamental e um líder que, para seus colegas e treinadores, já provou seu valor repetidamente.
Sua capacidade de se posicionar de forma exímia e sua performance sob pressão o colocam, para muitos, no topo entre os goleiros atuais. Um verdadeiro "porterazo de época", como bem definiu seu técnico. Saiba mais sobre a Seleção Espanhola e seus jogos no site da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e acompanhe os torneios europeus na UEFA.
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