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Escândalo na Previdência: Ex-Coordenador do INSS Preso em Flagrante Durante a CPMI

Escândalo na Previdência: Ex-Coordenador do INSS Preso em Flagrante Durante a CPMI

temp_image_1764678278.175194 Escândalo na Previdência: Ex-Coordenador do INSS Preso em Flagrante Durante a CPMI

Escândalo na Previdência: Ex-Coordenador do INSS Preso em Flagrante Durante a CPMI

O cenário político brasileiro foi palco de um acontecimento dramático na madrugada desta terça-feira (2), quando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) presenciou a prisão de Jucimar Fonseca da Silva. Ex-coordenador-geral de pagamentos e benefícios do órgão, Silva foi detido em flagrante por determinação do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), sob a acusação de “calar a verdade”.

A prisão, decretada em meio a um depoimento tenso, ressalta a seriedade das investigações sobre fraudes e irregularidades que assolam a previdência social. A atitude do senador Viana, ao confrontar a evasão de Jucimar Fonseca, marcou um momento de virada na comissão.

A Determinação de Prisão e a Busca Pela Verdade na CPMI do INSS

O clima na sessão da CPMI do INSS era de grande expectativa, e a paciência do senador Carlos Viana se esgotou diante das respostas consideradas evasivas de Jucimar Fonseca. “Senhor Jucimar, por ter dito aqui que o senhor não foi convocado corretamente, e por não ter dado as datas corretas que o promotor lhe perguntou sobre a sentença, o senhor está preso por calar a verdade. Determino à Secretaria Geral da Polícia que conduza o senhor Jucimar para que o flagrante seja lavrado”, declarou Viana, em um momento de alta tensão.

Após a decretação, o ex-coordenador foi localizado pela Polícia Legislativa na manhã seguinte e conduzido para dar continuidade ao seu depoimento, que já vinha sendo adiado diversas vezes sob alegação de atestados médicos apresentados pela defesa – um fato que já gerava desconfiança entre os membros da comissão.

Jucimar Fonseca: Acusações e o Contexto da Operação da PF

Jucimar Fonseca da Silva foi afastado de sua função em abril deste ano, coincidentemente com a deflagração de uma vasta operação da Polícia Federal (PF) que mirava esquemas de fraudes e irregularidades bilionárias dentro do INSS. As investigações apontam para sua participação crucial no processo que autorizou o desbloqueio em lote de benefícios para a inclusão de descontos associativos, um movimento polêmico solicitado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Quando questionado na CPMI se tinha conhecimento do elevado número de reclamações sobre esses descontos na época, Jucimar defendeu-se, afirmando que os relatórios da ouvidoria não indicavam tal volume. “Eu soube pela mídia, mas oficialmente o que nós tínhamos lá…”, disse, tentando minimizar a situação. Essa linha de defesa, no entanto, não convenceu os parlamentares.

A Defesa de Jucimar e o Crivo da Comissão Parlamentar

Em seu depoimento, o ex-coordenador-geral negou categoricamente ter recebido qualquer tipo de propina e insistiu que sua nomeação foi baseada estritamente em critérios técnicos. Jucimar buscou transferir a responsabilidade, alegando que sua posição não lhe conferia poder decisório sobre as questões investigadas pela CPMI.

“Eu era um Coordenador-Geral e sobre a minha… Eu estava sob a autoridade hierárquica do Diretor de Benefícios, do Presidente do INSS, portanto eu não tinha poder decisório sobre essas questões que estão sendo apontadas pela CPI”, destacou ele. Adicionalmente, afirmou que nunca assinou autorizações de pagamento, pois “não era ordenador de despesa para pagamento de entidade”, apenas acompanhava os processos.

A prisão de Jucimar Fonseca da Silva representa um momento de inflexão nas investigações da CPMI do INSS, sinalizando que a comissão está determinada a aprofundar as apurações e buscar a verdade, independentemente das pressões e resistências. Os próximos capítulos desta investigação prometem novas revelações e impactos significativos na estrutura da previdência brasileira.

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