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Francesca Albanese: Relatora da ONU Sanções dos EUA São ‘Vingança’ por Expor Crimes em Gaza

Francesca Albanese: Relatora da ONU Sanções dos EUA São ‘Vingança’ por Expor Crimes em Gaza

temp_image_1752272952.238049 Francesca Albanese: Relatora da ONU Sanções dos EUA São 'Vingança' por Expor Crimes em Gaza

Francesca Albanese: Relatora da ONU Sanções dos EUA São ‘Vingança’ por Expor Crimes em Gaza

A especialista das Nações Unidas, Francesca Albanese, relatora especial da ONU para o território palestino ocupado, classificou as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos contra ela como “obscenas” e uma clara retaliação por seu trabalho de denúncia sobre a condução da guerra em Gaza.

Em declarações fortes, Albanese comparou as táticas de Washington a “técnicas de intimidação da Máfia”, reafirmando que a medida punitiva não a fará recuar de sua busca por justiça e respeito ao direito internacional. As sanções foram anunciadas pelos EUA, que acusaram Albanese de conduzir uma “campanha de guerra política e econômica contra os Estados Unidos e Israel”.

A Defesa Contundente de Albanese

Francesca Albanese revidou às acusações, enfatizando que a imposição das sanções tem como verdadeiro motivo a “busca pela justiça”. Ela não hesitou em criticar as ações de Israel, afirmando que o país tem cometido “genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra” em Gaza.

A relatora da ONU também destacou que as atrocidades em curso não são responsabilidade apenas das “ambições territoriais irrestritas de Israel” e do apoio de seus aliados, mas também de “empresas que estão lucrando com isso”. Na semana anterior às sanções, Albanese havia publicado um relatório detalhando as corporações que auxiliam Israel na deslocação de palestinos e na guerra em Gaza, em violação ao direito internacional.

O Trabalho de Denúncia e as Reações Internacionais

Além de seu relatório, Francesca Albanese defendeu abertamente a investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre as ações israelenses em Gaza e a solicitação de mandado de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por crimes de guerra. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, citou o apoio de Albanese a essa iniciativa do TPI como base legal para as sanções.

As sanções contra a relatora da ONU geraram críticas de diversas frentes. Stephane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, apesar de ressaltar que Albanese reporta-se ao Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) e não diretamente ao Secretário-Geral, considerou a decisão dos EUA um “precedente perigoso”. Dujarric declarou que “o uso de sanções unilaterais contra relatores especiais ou qualquer outro especialista ou funcionário da ONU é inaceitável”.

O Embaixador do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Jürg Lauber, também lamentou a medida contra Albanese, pedindo a todos os Estados-membros da ONU que cooperem plenamente com os relatores especiais e evitem “qualquer ato de intimidação ou retaliação contra eles”.

Enquanto avalia o impacto das sanções em sua vida, Francesca Albanese ressaltou que seus problemas são ínfimos comparados ao sofrimento dos palestinos em Gaza, que enfrentam bombardeios, operações terrestres e um bloqueio implacável. A situação humanitária no território é desesperadora, com um número alarmante de mortes e destruição generalizada após mais de 21 meses de conflito.

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